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Gil Eanes em Sintra

Os alunos das turmas dos 11º anos e do CEF-T5 realizaram no dia nove de Fevereiro de 2009 uma visita de estudo a Sintra acompanhados dos professores Cristina Costa, Antónia Mancha, Ana Marieiro, Margarida Agostinho, Isabel Tavares, Jorge Silva e o assistente de francês, Yann Valade.. A actividade inseriu-se no âmbito do programa de Português, do 11º ano, cuja leitura de uma das mais prestigiadas obras de Eça de Queirós, é obrigatória: Os Maias, um retrato da sociedade lisboeta da segunda metade do século XIX, que tem lugar, entre outros espaços, na Vila de Sintra.
Partimos de Lagos por volta das 5.30h e chegámos, sem percalços, a Sintra, por volta das 10.30h. Divididos em dois grandes grupos, entre a manhã e a tarde, visitámos a Quinta da Regaleira e fizemos o Percurso Queirosiano.
Na Quinta da Regaleira, passeámos pelos cerca de 4,5 hectares com as suas mais de 1000 espécies botânicas. Para além da beleza dos jardins, ficámos impressionados e regalados com o património histórico da Quinta da Regaleira e com o seu misticismo que nos remete para os segredos da alquimia, aventuras, templários e rituais maçónicos. De salientar, um poço iniciático com uma profundidade de cerca de 27 metros. À medida que fomos descendo a escada em espiral, a luz foi diminuindo de intensidade e no fundo do poço, embutida em mármore, uma rosa dos ventos sobre uma cruz templária, que é o emblema heráldico de Carvalho Monteiro e, simultaneamente, indicativo da Ordem Rosa-cruz. Saímos por um labiríntico túnel onde reinava a escuridão total. Foi preciso alguma coragem para aí entrar pois não conseguíamos ver absolutamente nada, inclusive o local onde colocávamos os pés. À saída, um lago lindíssimo, que tinha como significado o começo da vida -a água elemento purificador. Fizemos uma viagem ao interior de nós próprios e, depois de termos encontrado a verdade, pudemos iniciar uma nova vida.
A viagem pela quinta terminou com a visita ao palácio, edificado nos primórdios do sec. xx, resultado da concretização dos sonhos mito-mágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), aliados ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).
Já a uma hora se anunciava e não era só no relógio: os estômagos também davam sinal. Às portas do imponente, no que se refere principalmente às duas exageradas chaminés cónicas, Palácio Real (antigo Paço), na praça ou no jardim, com uma vista soberba, os alunos sentaram-se, abriram as mochilas e almoçaram. Os professores não resistiram e petiscaram na " Periquita" deliciando-se com os "travesseiros" quentinhos.
Já refeitos e bem nutridos, prontos para iniciar o percurso queirosiano, pela encosta acima, ouviu-se previamente uma interessante explicação e resumo da obra fornecida pelo guia, numa sala do Turismo de Sintra. Apesar da chuva não dar tréguas, o roteiro concretizou-se tendo-se iniciado no Palácio da Vila. De seguida "deitámos um rabo de olho" ao Nunes, designado agora de Tivoli, onde Carlos se instalou; a paragem seguinte foi na Lawrence onde o escritor Eça de Queirós costumava instalar-se. Sintra, o paraíso romântico por excelência, atrai as personagens como uma espécie de Éden onde se retemperam as forças e o espírito, onde se tentam agarrar paixões fugidias, onde também se escondem as intrigas sórdidas.Continuamente, passámos pela cascata e depois, seduzidos pelo arvoredo seguimos o caminho até Seteais. Passamos pelo Palácio da Regaleira e tal como os personagens de Os Maias a chegada a Seteais foi uma desilusão .O palácio já não estava arruinado mas em restauro! Não se pode apreciar nem jardins nem palácio nem nada porque as obras teimam em continuar de forma lenta, de acordo com o simpático guia, Dr. João Rocha, há mais de um ano!
Nestas visitas fomos acompanhados por guias especializados, que para além das explicações fornecidas sobre os locais, faziam a leitura/ declamação de fragmentos significativos da obra.
Uma viagem de estudo não termina no momento em que se abandonam os locais visitados e, por isso, estamos certos de que a recordação deste dia perdurará na memória de todos os participantes.
Às cinco e meia apanhámos os autocarros – regressávamos.
Texto da professora Isabel tavares

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