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As Crónicas de um estudante - setembro de 2016



As Crónicas de um estudante
Por Valéria Casirina, 10ºC.

Setembro, 2016.
Todos os dias a vida de estudante, é a mesma.
Acordo de manhã , sempre 45 minutos atrasada, chateio a minha mãe para se despachar com a minha torrada (que provavelmente já queimou na torradeira enquanto ela acordava o resto da casa) escolho uma blusa velha que roubei há uns meses do armário do meu pai e visto-me à pressa, correndo para a cozinha e retirando o meu pequeno almoço já meio frio de cima da mesa. Dou por mim, entretanto, a distrair-me para folhear as páginas de um romance de Luís Francisco, deixado por mim na mesa na madrugada anterior. Os olhos erguem-se, e vejo-me de novo, pressionada pelo relógio digital que marca as 8:15 da manhã. Salto do sofá, agarrando na mochila pesada e saindo de casa em passo apressado, entretanto esquecendo-me de atar os cordões das botas, mais tarde improvisados no banco da frente do carro.
    Chego à escola e oiço o toque, corro para a sala (provavelmente errada) e atravesso dezenas de caras e cheiros desconhecidos. “Então, trouxeste o trabalho de casa feito?” – perguntam-me, entre risos, os colegas de turma, provavelmente já esperando o meu transtorno emocional quando reparar que deixei a maldita folha em casa no meio de tanta correria.
    Entro na sala meio cabisbaixa, sentando-me pesadamente na cadeira fria e desconfortável acompanhada de um suspiro.

    “Bom dia, senhora professora!”  –   Digo quase forçadamente, arrastando cada silaba. Bom Dia? O cacete! Entretanto dou pela falta de livros, canetas trocadas por pincéis, carteira vazia sem dinheiro para uma sandes de jeito. E então, passo horas, antecipando o meu regresso a casa e pensando no romance que me espera em casa, atirado, aberto, no sofá da sala.

Texto de Valéria Casirina - 10ºC
Ilustração de Pedro Taquelim - 10ºC

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