A irreconhecível vida de estudante - reflexões de Tânia Coelho
Se, há alguns anos atrás, ser estudante
implicava castigos físicos por cada erro cometido ou trabalho de casa não
realizado, nos dias de hoje a tarefa descomplicou-se. As opiniões divergem
entre aqueles que concordam com cada uma das formas de ensinar. Naquela época,
os estudantes eram levados a tomar atitudes respeitosas à força e, com certeza,
jamais ofenderiam, de alguma forma, o professor como, muitas vezes, se verifica
hoje em dia. A educação é algo que tem de vir 'de casa', não da escola e grande
parte dos processos disciplinares ocorrem por isso mesmo. Cada vez mais se
observam faltas de educação aluno-professor e atitudes reprováveis por
parte destes até mesmo para com os colegas. Estamos a criar uma geração mimada,
que não sabe ouvir 'não' e faz tudo da maneira que entende. A falta de tempo
dos pais, a falta de formação de algumas famílias e a pouca disponibilidade
financeira, fazem com que alguns pais
e encarregados de educação adquiram
características pessoais de defesa, por muitas vezes se sentirem incapacitados
e revoltados por não conseguirem adquirir determinados bens, ou por se sentirem
inferiores socialmente, e as utilizem para culpar o professor ao invés de
tentar corrigir a atitude do filho, sendo que muitas vezes a falta de instrução
deixa passar princípios de má educação de geração em geração sem a capacidade
de se corrigir ou admitir o erro. São estes os principais responsáveis pela
falta de educação das crianças e jovens. Tal como o aluno, também o professor
tem de fazer grandes esforços para se manter concentrado na aula, sendo que,
muitas vezes, parte da turma perturba e destabiliza a aula através de
brincadeiras e conversas que atrasam a lição e aqueles que querem aprender a
matéria. É importante que haja sobretudo respeito entre os alunos e professores
para que tudo corra da melhor forma, embora se verifique que as crianças ao
serem repreendidas não reconhecem o erro e culpam o professor ou simplesmente
dão desculpas como “não fiz nada” e “o professor só me manda calar a mim” ao
invés de pedir desculpa. Situações destas acontecem não só nas escolas como em
outros locais porque de tanto mimar e gostar dos filhos, os pais obtêm o
inverso daquilo que desejariam. Se a educação não for transmitida da forma
correta, iremos obter o contrário do que temos como objetivo. É necessário que
se faça transparecer, desde cedo, que o respeito é um valor crucial na
sociedade e que, sem esforço, nada se consegue. Dessa forma, estaríamos a criar
um agradável ambiente escolar e consequentemente melhores resultados. É,
sobretudo, na escola que se cresce e se aprende, naquela que é,
para alunos e professores, a segunda casa, e essa deve ser a ideia
principal de todos nós enquanto estudantes.
Texto de Tânia Coelho - 11ºC
Ilustração de Gonçalo Coelho - 7º ano - Escola das Naus
Coordenação e revisão de texto: Prof. Fernando Ildefonso
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