Crónicas da Valéria - Dezembro 2017
Último mês de 2017, última etapa desta nossa viajem ao
subconsciente humano que esconde muito mais do que conseguimos aflorar de
uma maneira tão leve e rudimentar. Na verdade, por muitas palavras que existam,
verbos, adjetivos, conjunções, nunca será possível descrever a complicada
natureza do cérebro humano na sua mais pura e básica forma. De qualquer
maneira, nunca foi o meu objetivo tornar-me num génio de psicologia aos 16 anos
de idade, portanto consideremos o meu, na verdade, o NOSSO esforço como
suficiente . . . por agora.
Como esperado em qualquer episódio final de qualquer série
que gostamos de acompanhar assim de vez em quando durante a semana, esta
crónica será um pouco diferente das anteriores. Na verdade, quero aproveitar
este momento, enquanto ainda estou de caneta na mão, para fazer um apelo final
e tirar as minhas conclusões em relação à depressão adolescente, naturalmente, para
as partilhar convosco.
Como já vimos anteriormente, e certamente passamos todos
por isso de uma forma ou de outra, há certos períodos na nossa vida onde nada
parece estar em ordem. É quase como se olhássemos para uma prateleira com uma
etiqueta a dizer “literatura” cheia de livros científicos. De entre esses
livros, a maioria está virada ao contrário, outros tantos deitados fora do
lugar, e alguns já nem lá estão – deixando para trás apenas a silhueta do pó
polvilhado sobre a madeira, velha e abandonada. Cabe-nos a nós próprios
arranjar coragem e vontade para limpar as suas prateleiras sujas e reorganizar
os livros de maneira a que possamos sentir conforto na nossa vida. Esta imagem,
entre muitos outros exemplos possíveis, demonstra como funciona a depressão.
Sozinhos ou acompanhados por alguém que nos ajude na demorada mas gratificante tarefa de voltar a
encontrar o nosso equilíbrio com o mundo que nos rodeia, é, no fundo, o ciclo
da nossa vida. Caímos, voltamo-nos a levantar para qualquer dia desabarmos mais
uma e outra vez. Mas o importante não é o facto de cairmos, ou quantas vezes o
fazemos. O que importa é que nos levantamos, ou não, sendo que a escolha é
sempre nossa.
Em teoria, tudo parece muito fácil. Mas, ao passarmos a
realidade para o papel, perdemos sempre alguma da sua substância. Portanto, no
final de contas, é sempre mais prático ilustrarmos através de exemplos o modo
como lidar com estes sentimentos através de exemplos simples e acessíveis no
quotidiano.
Se alguma vez se sentirem em baixo ou souberem de alguém
que esteja a passar por algo desmoralizador, tirem algum tempo do vosso dia
para se concentrarem em vocês próprios e incentivem a tal. Releiam o vosso
livro favorito, vejam um filme que vos faça relembrar de tempos passados,
convidem um amigo para uma caminhada, tomem um banho relaxante, durmam,
abstraiam-se das vossas responsabilidades por algumas horas. Por vezes é
necessário simplesmente carregar no nosso próprio botão “reiniciar” e começar
de novo. E não há nada melhor para começar de novo como o começo de um ano…..novo.
Dezembro é um excelente mês para pôr os nossos pensamentos
e objetivos em ordem, decidir sobre futuras escolhas e determinar novas
aspirações; pequenas ou grandes. 2018 é o nosso táxi, à espera para nos
levar para algures ou algo melhor.
Rodeia-te de pessoas que te fazem feliz. Rodeia-te de
energias positivas, e adapta um pensamento mais aprofundado sobre os teus
próprios sentimentos. Sê capaz de rasgar o teu exterior para descobrir o teu
interior, por mais difícil que isso possa vir a ser. Aceita os teus erros e
aprende a andar para a frente, aprendendo com eles. Isto tudo para dizer que há
uma solução para qualquer problema, por mais oculta que seja.
Isto tudo também para dizer. .
.
Bom Ano, boa sorte.
Texto de Valéria Tabacaru – 11ºC
Coordenação e revisão de texto –
prof. Fernando Ildefonso
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