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O que é que a Gil tem

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Algures num tempo ido, na noite abafada da planície, ouve-se a inquietação de alguém que teme. À frente de um número, um nome: Antónia A. R. Mancha, e à frente deste: Escola Secundária Gil Eanes, Lagos.

É este o nome que teme e, dentro dele, moro eu: Antónia Mancha, professora de Português, que, como outros, ano após ano, joga a vida na roleta incerta de um concurso absurdo.

Passaram cinco anos desde essa noite e o nome que sou ainda mora a Sul. Entre o mar e a cidade, num espaço descaracterizado, de que me sinto pertença e que me pertence. Agora, sei-o, é a hora de nova partida. Para algures, onde possivelmente criarei laços e de onde, ao partir, sentirei saudades. Mas há uma certeza: levo comigo a Gil Eanes e nela morarei por muito tempo, na distância, alimentando a secreta esperança de um regresso. Dessa vez, para ficar.

É desmedida a gratidão que sinto, pela forma como aqui fui acolhida; pela loucura de tanta gente, com quem ri tantas vezes; pelo apoio nas horas incertas e pelo companheirismo de todos os dias; pela ajuda nos momentos conturbados e pela amizade com que, tantas vezes, me protegeram; pelos desabafos que me permitiram e por aqueles de que fui confidente; pelos presentes com que me mimaram e pela tolerância, quando a minha impulsividade se tornava incómoda.

Acima de tudo, pelo respeito que vos mereci.

Deixo-vos, como a uma família. E é por isso que dói.

Que me seja curta a ausência, para vos reencontrar no tempo breve. Até lá.

2 comentários:

  1. A ausência só se formaliza pela inexistência de laços de companheirismo, solidariedade,amizade e Amor.
    E todos esses dizem: Presente!
    It will be just a break.
    A big hug!

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