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Lição para a História



Uma lição da responsabilidade do professor Luís de Abreu, agora aposentado, membro da Direção do Núcleo de Lagos da Liga dos Combatentes e coordenada pela professora Cristina Marreiros. Uma lição “diferente”, de acordo com a opinião dos alunos das turmas B e C do 12º ano do Curso Científico Humanístico.

No dia 13 de outubro, pelas 8,30.
Um minuto de silêncio.

Esta “lição para a História” teve em conta: - a importância da aquisição de instrumentos que devem reforçar uma cidadania interventiva; a contribuição para a construção da memória na problematização das relações entre o que somos e o que pretendemos construir; a relevância da história de Portugal, estabelecendo-se a articulação com a história europeia e a mundial – neste caso o primeiro desastre na história do século XX; a diversidade e as inter-relações entre os diversos planos - o político, o institucional, o económico, o social, o cultural e o das mentalidades.
Foram apontados: - os antecedentes e causas – A insatisfação de alguns países como Alemanha e Itália com a partilha da África, no final do século XIX – os Impérios Coloniais; a “Paz Armada”, os nacionalismos – o Pan-Eslavismo, o Irredentismo Italiano, o Pan-Germanismo, e o Revanchismo Francês; - as Politicas de Alianças – de um lado a Alemanha, a Áustria, a Hungria e do outro, a França, a Inglaterra e a Itália e em 1917 Portugal e em 1918 os EUA; as Fases da Guerra, a primeira, a Guerra de Movimento. Esse período caracterizou-se por movimentos rápidos envolvendo grandes exércitos; a segunda, a guerra de trincheiras, onde os exércitos defendiam as suas posições utilizando-se de uma extensa rede de trincheiras que eles próprios cavavam; a terceira, no primeiro ano dessa nova fase, ocorreram dois fatos decisivos para o desfecho da guerra: - a entrada dos EUA no conflito e a saída da Rússia. Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França. A Turquia e Bulgária juntaram-se aos alemães, austríacos e húngaros, enquanto o Japão, Portugal, Roménia, Grécia, Brasil, Canadá e Argentina colocaram-se ao lado da França, da Inglaterra e Itália.
A Alemanha jogou a sua última cartada, avançando sobre a França antes da chegada dos norte-americanos à Europa. Mas, após uma rebelião interna, o imperador Guilherme II é forçado a abdicar em finais de 1918 e dá-se a ascensão de um novo governo alemão que substitui a Monarquia pela República (República de Weimar). Dois dias depois a Alemanha rendeu-se, assinando um documento que declarava a guerra terminada;
- As razões para a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial:
- Manter as colónias de modo a poder reivindicar a sua soberania na Conferência de Paz que se adivinhava com o final da guerra;
- Afirmar o prestígio e a influência diplomática do Estado republicano bem como a sua legitimação no seio das potências europeias, maioritariamente monárquicas;
- Fazer acreditar que era imperativo entrar na guerra pelo progresso nacional, ao lado das democracias;
- Cumprir a aliança com a Inglaterra, tradicional aliada de Portugal, e afirmar a autonomia de Portugal nas questões bilaterais com a Inglaterra;
- Travar a influência alemã nas populações indígenas no sul de Angola e norte de Moçambique e evitar insurreições locais contra o domínio português;
- Defender as colónias de uma possível penetração militar alemã que, de resto, se estava a materializar através de escaramuças fronteiriças desde o início da guerra;
- Afirmar o seu poder político – Afonso Costa, ao envolver o país num esforço coletivo de guerra, tanto em relação à oposição republicana quanto em relação às influências monárquicas no exílio.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
Neste esforço de guerra, chegaram a estar mobilizados quase 200 mil homens. As perdas atingiram quase 20 mil mortos e milhares de feridos, além de custos económicos e sociais gravemente superiores à capacidade nacional. Os objetivos que levaram os responsáveis políticos portugueses a entrar na guerra saíram gorados na sua totalidade.
Como “lição para a História” a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial ceifou milhares de vidas e desarticulou milhares de famílias; provocou grave crise económica e financeira com falta de bens e racionamentos, especulação e açambarcamentos; queda de produção industrial; falta de abastecimentos nos centros urbanos provocando subida de preços e aumento de importações e défice comercial; aumento da divida pública provocando subida de impostos; desvalorizações monetárias; a Unidade Nacional não foi conseguida por este meio e a instabilidade política acentuar-se-ia até à queda do regime democrático em 28 de Maio de 1926.

Os agradecimentos ao sócio combatente, José Fernandes Costa e ao sócio efetivo João Francisco Torres Centeno do Núcleo de Lagos da Liga dos Combatentes, pelo empréstimo dos capacetes e ao Núcleo de Lagos da Liga dos Combatentes pelo empréstimo da Bandeira Nacional, do apito usado na Primeira Grande Guerra pelo Capitão António de Almeida Luz e do livro Arsenal Militar 1914.


Os professores Luís de Abreu e Cristina Marreiros







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