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As crónicas de um estudante - outubro de 2016


Outubro, 2016
Mês de Outubro. Para mim, o mês onde começa a chuva, vem o vento, mau tempo, e com ele os casacos e gorros quentes, mantas de lã, maratonas de filmes ao fim de semana, café quente e idas noturnas ao cinema. Acordo contente no dia 1, abro as persianas e espero ver as nuvens cinzentas a cobrir o céu.
   Três, dois, um… desligo o interruptor das precianas automáticas com um clique rápido, saio à varada e … Sol. Então mas este tempo em Portugal é defeituoso ou quê? Meramente desapontada, despacho-me para ir para a escola, a minha mãe já no carro à minha espera enquanto corro pela rua com um sapato ainda meio calçado e um casaco leve no ombro.
   Vou às aulas, cumprimento as senhoras da cafetaria, falo com os meus colegas no intervalo, tudo para depois voltar para casa algumas horas depois. Já em casa, denoto que desenvolvi uma curiosidade por astrologia: passo algumas horas a ler websites sobre o meu signo (Gêmeos, para muitos, um signo complicado e difícil de entender  pela sua natureza antitética a si própria) e faço uma descoberta incrível, ou pelo menos incrível aos olhos de alguém que acredita minimamente neste tipo de coisas: Tenho o mesmo signo e ascendente de Fernando Pessoa, uma das figuras que mais admiro. Leio rapidamente um artigo que retrata “signo de Sol em gémeos e ascendente em escorpião” e limito-me a balançar a cabeça sempre que encontro algo com que me identifico. Gêmeos- o signo da comunicação, versatilidade, discursos; e escorpião- personalidades complexas e misteriosas, sentimentos profundos e isolamento. Uma combinação improvável, penso eu.
   E assim sucessivamente durante todo o mês – abro as persianas de manhã, reviro os olhos ao Sol, desenrasco-me na escola e volto a arrastar-me para casa.
   Só que sempre tive uma má qualidade desde criança: sempre fui uma pessoa extremamente teimosa. Então, lá consigo chatear a minha mãe a levar-me às compras – e não umas quaisquer; compras estas para comprar mantas quentes novas, pijamas quentes, guarda-chuvas, tudo com uma extrema urgência. Respondo “sim é” à minha mãe quando ela me pergunta se “isto é mesmo necessário agora?!”

   Então assim, saio das lojas carregada com tudo o que preciso para sobreviver os próximos meses de frio, com uma mão na testa a tapar o calor insuportável do Sol. Chego a casa, pouso as coisas e olho para a lareira; que quase que grita “Liga-me, Outubro já chegou!”

Texto de Valéria Casirina - 10ºC
Ilustração de Marcela Pereira - 10ºC

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