Crónicas da Valéria - março de 2017
2 de Abril,
17:54h, domingo.
Hoje sentei-me ao computador para
escrever mais uma crónica, como já é costume, no início de cada mês. E, sinto
que desta vez /tenho/ de escrever sobre algo ao qual me tenho dedicado cada vez
mais.
Irei escrever,
sobre escrever.
No início desta “série”,
comprometi-me a escrever crónicas mensais, que relatam o meu dia, ou dias, no
período de um mês. Tudo bem, pensei eu. Nunca na vida pensei que um simples
texto escrevinhado no verso de um teste de Filosofia fosse dar origem a tal;
mas, as melhores coisas na vida atingem-nos quando menos esperamos. E sim,
referi-me a escrever como “melhor coisa na vida”. Porquê? Podem-me perguntar
porquê, ao que respondo pura e simplesmente.
Em Setembro de 2016 escrevi a minha
primeira crónica. Era quase unidimensional, simples, e rudimentar.
Restringia-se ao meu quotidiano factual, relatando pequenas ações de maneira
exagerada. E para mim, na altura, isto era perfeito! Bem como nos próximos 2/3
meses, contentava-me com pequenos textos “insignificantes”. Contudo, penso que
no decorrer das semanas, adquiri uma certa maturidade e exigência no que toca
ao que escrevo, às palavras que uso, situações que descrevo, e mensagens que
transmito. Apercebi-me de que tenho um público para “alimentar”. Alimentar com
as minhas próprias experiências, e partilhar as minhas ideias, conhecimentos.
Atingi um certo ponto no meu historial de literatura no qual não me satisfaço
com pouco. Penso que o que quer que seja escrito tem de ter uma certa mensagem
por detrás, um certo toque poético fácil de detetar.
E isto alimenta o cérebro. Escrever é
libertar ideias, ornamentar páginas brancas com metáforas, palavras, vírgulas,
cor e poesia. Escrever é uma maneira suave de ignorar a realidade (imediata) por
certos momentos. Escrever é uma luta com a palavra. Escrever é guardar
pensamentos, para que mais tarde estes sejam descobertos. Escrever é educar.
Alimento a minha vontade de criar, e alimento os meus leitores com conceitos
esboçados, sempre sem forçar nem artificializar o que quer que escreva. De
facto, não me recordo da última vez na qual voltei atrás nos meus textos para
corrigir, ou alterar algo. Isto, porque
derramo pensamentos genuínos e incorrigiveis ao longo do que escrevo.
Desta forma, a crónica deste Mês
refere-se a um certo ponto (?) da minha vida (isto soa de certa forma
dramático, mas nem é assim tão profundo!) no qual conciliei o ato de criar
histórias e paisagens alfabetizadas em papel vazio, com a noção de que o faço.
Faço-o não só por prazer, mas por necessidade.
Texto de Valéria Tabacaru - 10ºC
Coordenação e revisão de texto: professor Fernando Ildefonso
Insira o seu comentário